Faltam vagas em creches na região do Campo Limpo

A gigantesca fila de mães aguardando uma vaga para os filhos em berçários e creches públicas e conveniadas na cidade de São Paulo não para de crescer. Embora zerar o déficit de vagas tenha sido uma das bandeiras do então candidato Gilberto Kassab (PSD) durante a campanha eleitoral, em 2008, o número de crianças de 0 a 4 anos sem serem atendidas mais que dobrou. Passou de 57.607, em dezembro de 2008, para 123.560 em março deste ano, aumento de 114,4%.

E dificilmente a prefeitura conseguirá atender 100% da crianças, a “meta 12” das 223 listadas por Kassab para serem cumpridas até o final do ano, quando encerra seu mandato. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) deste ano prevê a criação de 33.290 mil novas vagas em creches. Ou seja, se todas forem entregues, 90.270 mil crianças ainda permanecerão fora das creches.

O déficit atinge regiões carentes da cidade, obrigando mães que trabalham a pagar para alguém cuidar de seus filhos.





Muitas acabam largando o emprego, como a doméstica Regiane Ferreira Martins, de 26 anos. Após retornar da gravidez teve de deixar o serviço, onde estava há três anos por não achar vaga em três creches do bairro do Campo Limpo.

“Em duas não deram previsão de vaga. A outra, só deve ter vaga ano que vem. Amava meu emprego e precisava dele para criar minha filha.”

Para piorar, algumas creches conveniadas não têm renovado os contratos. Uma delas é a Mãe Wanda, na zona norte, que será fechada no dia 31, deixando 283 crianças sem assistência.

Para a educadora da Rede Nossa São Paulo Samantha Neves, o problema da falta de vagas para crianças de até 4 anos vem desde a década de 1970. “A ausência de políticas públicas nesse período provocou essa demanda crescente.”

Samantha afirma que uma única gestão não resolverá o problema. “A oferta melhorou, mas é preciso incentivos dos governos para garantir verbas para as creches conveniadas e para a construção de novas unidades”.

Fonte: Portal BandNews





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